sábado, 14 de maio de 2016

universo

o sol
é uma estrela
que como toda estrela
nasce
sabe-se lá como
(não sou astrônomo)
e
morre
(vamos aceitar essa ideia)
porém prefiro pensar
o sol
sendo
um animal
um vegetal
um mineral
(as pedras nascem? morrem?)
não sei
(não sou geólogo)
vamos pensar o sol
enquanto ser vivo
esse bicho
parece cansado
velho
em seu brilho
amarelo
em seu laranja
no fim da tarde 
no verão da natureza contente
os pássaros fodendo a mil por hora
os ursos polares bocejando
após seis meses enfiados numa toca de gelo
a planície africana se esperneando
afogada de calor
e
o sol
incomodando a visão
dos homens entediados
em sua labuta diária
mas
o sol
geme de loucura
o ano todo
ele há de possuir
um coração sanguíneo
um coração visceral
talvez amargurado
olhando com seus olhos em brasa
aqueles planetas tristes
(eram 7  depois 9  agora 10  11
daqui a uma década quantos serão?)
esses planetas
ficam dando voltas
eternos rodopios
nenhum assobio
nenhuma cantiga
me diga
você não acha deprimente esse
espetáculo do universo?
voltas e rodopios
não me causam nenhum
arrepio
esses planetas teimosos
esse universo que nunca será entendido
(e aqueles americanos idiotas enviam
sondas ao espaço tentando desvendar o mistério!)
(e aquele físico americano idiota tetraplégico
escreve teorias tentando desvendar o mistério!)
o que ele precisa é de uma boa puta
que abocanhe seu pau tetraplégico
assim
nada sabemos
nunca saberemos
vamos aceitar a ideia
o sol
morre
de ataque cardíaco
o sistema solar
se esvai
morrem os planetas
e a vida
nessa
Terra idiota
quando
tudo
murchar
nascerá
a
mais
fina
flor
da
poesia
isso
me 
arrepia!

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