quinta-feira, 19 de maio de 2016

com a insanidade nos dedos teci esse poema

loucura
dança
criança
endiabrada
a
chicotear os olhos
se não faço
enlouqueço
de vez
se não faço
o câncer
corrói
ossos
destroços
serei
se não faço
o que faço?
ora
é do poema
que falo
ele empurra
minha vida
ladeira abaixo
talvez leve
à fogueira
talvez leve 
ao repouso
ah!
deitar por uma semana
numa toalha florida
sobre
um gramado poético
piquenique
adomingado
sob
o sol das duas
primavera
frutas
mel
pão
e
uma bela menina
vestido azul
grandes olhos
grande boca
grande demência é a minha!
(já não sei o que escrevo!)
sei que devo
seguir em frente
como uma tropa de choque
esmurrando estudantes
se não faço
me perco
se faço
me encontro
e
satisfeito
com o suor deslizando
sobre o peito
(em pleno inverno!)
agradeço ao público
fecham-se as cortinas
antes
digo adeus à menina
do piquenique! 
fecham-se as pálpebras
talvez por uma semana!
desmaio
no colchão
aos pedaços
sonho
sou poeta
escrevendo
sobre
quem
sou
vendo
palavras
morrendo
felizes 
diante
da
morte


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