segunda-feira, 6 de junho de 2016

domingo (05.06.16)

mais
uma
lasca
da
vida
cai
abatida
mais
um
poema
escapará
da
caneta
BIC
mais
um
cigarro
babando
na
margem
do
cinzeiro
e
o
janeiro
se
foi
faz
tempo
a
depressão
daquelas
noites
entorpecidas
de
literatura
tédio
rock
chá
e
Bach
ficou
para
trás
num
instante
lembrança
morre
aqui
estou
domingo
noite
quase
onze
euforia
violão
a prosa
de
D.H. Lawrence
a corrida ao dicionário
(ele usa cada palavra!)
o que mais?
DVD
filmes
nada de Hollywood
nacionais
europeus
asiáticos
shows
Caetano
Stones
Stewart
ah!
cruzadinhas com meu pai
(estou atarefado!)
como
um assalariado
uma
formiga
uma
abelha
que é isso?
cadê
o
desperdício
do
tempo?
cada
segundo
a
se arrastar
como
lesma na folha verde
é
sagrado
e
o
ritual consiste
em
assassinar
milhões de segundos
nada
fazendo
ou
fazendo
poemas
(o que dá no mesmo!)
portanto
nesse
domingo
quase
onze
desde
uma
da tarde
(quando acordei)
estou 
imerso
nessas
ocupações
ladrões
do
tempo
precioso
portanto
abandonei
as
tarefas
deitei
no
colchão manchado de sangue
perfurei
a
cabeça
esvaziei
todo
corpo
de
tudo
que
provoca
inquietude
portanto
abracei
a
poesia
da
escuridão
e
fiz
o
que
está
nesse
domingo
agitado
saudades
da
depressão
de
janeiro


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