quarta-feira, 22 de junho de 2016

o que fazer com pensamentos alvoroçados?

corpo
demasiado
pensante
gritante
tristeza
poética
quem
raciocina
demais
escreve
de
menos
quando
me
perco
contorcido
em
tolos
devaneios
e
a
manhã
chega
com
seu
sussurro
inquieto
abro
a
janela
queimo
cigarro
aceno
aos
canários
cantores
e
mergulho
no
poema
(mesmo não sabendo o que despejar na página!)
mergulho
nessa
corredeira
intoxicado
de
rugidos
maníacos
deixo
trafegar
pelas
veias
a
palavra
até
chegar
à
ponta
dos
dedos
para
que
desabe
e
morra
(bela e preciosa)
no
branco
do
papel
nada
de
raciocínio
quem
pensa
num
naufrágio
se
afoga
ondas
são
intensas
não
tempo
para
ensaio
senão
desmaio
e
morte!!!
para
se
ter
sorte
como
poeta
facadas
em
sua
própria
garganta
almofada
do
seu
quarto
pensativo
de
ser
manchada
com
esse
vermelho
a
esguichar
faça
um
verso
voraz
nada
de
estancar
a
sangria
é
sagrada
faça
putaria
com
letras
beba
das
tetas
da
loucura
nada
de
sensatez
sim
avidez
por
novos
rabiscos
atrevidos
riscos
fervilham
no
estômago
dos
que
beijam
a
boca
da
poesia
plantada
no
céu
dessa
manhã
antes
pensando
estava
frio
agora
vou
rasgar
a
blusa
de
a
camiseta
de
peito
nu
voltarei
à
janela
ao
Marlboro
aos
canários
ociosos
que
nem
cantam
mais
cantarei
por
eles
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário