quinta-feira, 9 de junho de 2016

poema dedicado à melhor das amantes

                                                                                       a Joana Corona 

foi
num
bar
de
chão
sujo
entre
garrafas
vazias
e
copos
cheios
entre
as
moscas
e
o
sol
das
2
que
nossas
línguas
entupidas
de
paixão
se
encontraram
pela
primeira
vez
um
vasto
beijo
por
5
incessantes
minutos
havia
gemidos
de
loucura
penetrando
ouvidos
girávamos
a
boca
pra lá
pra cá
um
verdadeiro
contorcionismo
de
lábios
em
chamas
tocávamos
a
face
um
do
outro
com
delicadeza
e
força
até
o
momento
em
que
alguém
emitiu
um
ruído
e
nos
tirou
do
transe
era
o
dono
do
bar
ao
lado
da
mesa
enferrujada
até
o
sol
foi
coberto
por
nuvens
negras
ele disse:
"acho melhor vocês irem embora"
nada
dissemos
acho
que
nem
a
conta
pagamos
escapulimos
calçada
adentro
embriagados
e
alegres
parando
a
cada
dez
passos
novos beijos
abraços
doidos
coloridos
a
multidão
se
afastava
de
nossa
desenfreada
atração
e
veio
a
chuva
nada
melhor
para
coroar
aquela
tarde
gloriosa
corríamos
sob
as
doces
gotas
celestes
estancávamos
novamente
a
cada
dez
passos
mais beijos
febris
em
meio
ao
vento
à
tempestade
à
cidade
nada
de
calamidade
entre
nossos
corpos
eles
rugiam
ferozes
atacando
um
ao
outro
não
lembro
mais
o que
aconteceu
lembro
daqueles
olhos
azuis
radiantes
nunca encontrei
melhor
amante
continuo
procurando

Nenhum comentário:

Postar um comentário