segunda-feira, 27 de junho de 2016

minha Betty

eu
e
minha
Betty
muitas
gargalhadas
damos
lendo
as
notícias
tolas
do
jornal
que
nem
é
de
hoje
(sei lá de quando é!)
tanto
faz
é
sempre
tolo
e
engraçado
ainda
mais
ao
seu
lado
esparramados
no
sofá
azul
em
plena
manhã
de
sol
vadio
a
sala
está
um
trapo
as
paredes
amarelas
de
tanto
tabaco
no
tapete
mais
poeira
que
numa
estrada
de
terra
estamos
com
a
barriga
rugindo
mas
temos
vinho
em
taças
imundas
e
cigarros
acesos
temos
desejo
à
flor
da
pele
coração
na
ponta
da
língua
logo
cansamos
das
notícias
nos
invade
a
preguiça
tédio
loucura
tesão
Betty
desaba
no
chão
permanece
sorrindo
mirando
o
teto
caio
por
cima
ergo
seu
vestido
florido
abaixo
sua
calcinha
delicada
enfio
o
dedo
comprido
na
sua
buceta
sempre
quente
Betty
a
melhor
das
putas
exaltada
pede
que
meu
coração
na
ponta
da
língua
se
afunde
naquele
local
no
qual
se
esvai
urina
e
sangue
é
o
que
elas
mais
gostam!
retiro
o
dedo
Betty
derrama
vinho
sobre
seus
pelos
pubianos
sorridente
mirando
o
teto
e
pede
que
eu
beba
em
grandes
goles
o
vinho
derramado
aceito
o
convite
com
apetite
de
homem
enjaulado
molho
os
lábios
ao
mergulhá-los
entre
sua
florestinha
me
afogo
na
sua
chama
 prossigo
abro
clareira
na
florestinha
encontro
um
pedaço
de
carne
púrpura
de
(como um sentinela
nas bordas da cela)
com
o
coração
na
língua
lambidas
de
sonho
inebriam
Betty
que
derrama
vinho
agora
sobre
meus
cabelos
enquanto
afundado
entre
suas
pernas
de
rainha
ouço
seus
gritos
de
gatinha
e
toda
convulsiva
vai
ficando
Betty
enquanto
a
língua
pulsante
mistura
saliva
ao
vinho
do
clitóris
crepuscular
Betty
agarra
minha
cabeça
com
mãos
suadas
sorrindo
mirando
o
teto
goza
tranquila
num
silêncio
digno
de
cemitério
enche
as
taças
de
vinho
ilumina
os
cigarros
estou
deitado
naquele
tapete
empoeirado
sorrindo
mirando
o
teto
colado
à
minha
Betty


Nenhum comentário:

Postar um comentário