sexta-feira, 3 de junho de 2016

    menina de 17

entre
dezembro
2009
e
junho
2011
fumei
crack
(como uma criança inocente
  que devora doces suculentos)
foi diário o apetite
resiste 
até hoje o sabor daquelas horas
começava lá pelas 2 da tarde
se prolongava
até a bola laranja nascer
meu parceiro
era
 traficante
trazia imensos
diamantes
do narcótico
gastava pouco
fumava muito
achava ótimo
a casa
fervilhava
de gente
loucos e loucas submergindo na delícia da loucura
acontece
que esse cara
tinha a namorada
mais cheia de
carne transbordante
e
com
rosto
juvenil
nem lembro mais o nome daquela
querida cadela
sei
que lá por abril
eles brigaram
entre
os
poemas
e
as
baforadas
elaborei
um
plano
iria
transar com ela
me tornei um
canalha
fiz jogo duplo
fingia que ajudava meu camarada
fingia que ajudava a pequena
 (nobre intenção de reuni-los!!!)
estava louco por aquele 
rabo enorme
peitos enormes
e
ela
tinha
17
bem
tudo
ia
bem
eles confiavam em mim
não lembro como
numa noite fria de junho
estava embaixo do lençol
vasculhando
com a
língua
todo aquele
corpo
como se estivesse perdido
algo
na verdade
tinha encontrado
demorei mais de uma hora
excitando-a
o pau
estava explodindo
não queria penetrar ainda
queria alongar o prazer lindo
era
uma
carne
branca
macia
cercado por vasto cabelo negro
no centro
um enxame
de pentelhos mais negros
que a mais negra das negras
quando
penetrei
cavalguei
soberano
aquela
menina de
17
ela
era meu
inimigo
já estava derrotada
cansada
buceta encharcada
maquiagem borrada
clamava
pelo gozo
urrava
não resisti
aumentei o ritmo
coloquei-a
de quatro
brinquei com
o pau
na ponta
da buceta 
mais do que vermelha
penetrei fundo
voltei à ponta
continuei esse movimento
ela gritava
NÃO PARE
obedeci
até o jorro
de esperma
invadir aquela
caverna
escura
quente
apertada
ela tremeu toda
gozou
tirei o pau
e
enfiei na sua
 boca
ela
o mamou
até sair a última
gota
depois
brincou com ele
lambuzou todo o rosto
deitamos de costas
olhamos o teto por alguns minutos
ela
me abraçou
pensei
sou um filho da puta
mas
valeu a pena
tenho a dizer
a noite foi longa
saí da sua casa
quando
o
dia entrava
iluminando a Manoel Ribas
os insetos ainda dançavam ao redor das lâmpadas
havia cachorros derrubando latas de lixo
observei tristes prostituas abandonando a esquina
mendigos
demarcando seus lugares nas portas
dos supermercados
pensei
em fazer um poema sobre tudo isso
demorei
mas
fiz
esse
auto retrato
de um poeta
desesperado
catando migalhas
de
amor
no 
chão
da
devassidão


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