sábado, 11 de junho de 2016

que a loucura sorria!!!

os parafusos
da
cabeça
ou
estão
excessivamente
apertados
ou
excessivamente
soltos
dúvida!
mas que
existe
algo perturbador
(como o declínio de um império)
existe
ainda
triste
e
contente
está
amanhecendo
com
camadas
de
gelo
no
telhado
sinto-as
atravessando
o
teto
adentrando
o
quarto
ontem
fez
zero
grau
começo
de
junho
infernal
um
inferno
gelado
o
corpo
padece
(como a prece de um mendigo implorando calor)
nessa
alvorada
resfriada
corpo
e
cabeça
(que é uma parte do corpo!)
tormento
um
músico
de
jazz
com
sua
seringa
e
colherinha
um
toureiro
balançando
as
pernas
ao
encarar
os
chifres
da
fera
estou
de
olho
na
janela
vejo
através
do
vidro
cinzenta
neblina
mal
distingo
uma
forma
da
outra
é
quase
seis
e
meia
e
a
questão
dos
parafusos
me
perturba
quase
não
desmaio
alerta
sempre
é
que
abandonei
os
medicamentos
psiquiátricos
isso
pode
causar
um
rebuliço!!!
parafusos
se
enforcando
ou
se
correndo
à
toa
algo
acontece
a
maioria
dos
poetas
enlouquece
desce
até
o
lodo
escorre
espuma
verde
de
suas
bocas
mas
normalmente
vociferam
versos
de
agonia
nada
sacia
sua
ânsia
por
distância
uns
encaixam
os
parafusos
escalam
as
montanhas
do
desassossego
chegam
ao
cume
acendem
o
cigarro
da
liberdade
outros
desabam
no
rio
das
piranhas
esfomeadas
são
trucidados
trancafiados
em
hospícios
ou
tomam
chá
de
sumiço
em
todo
caso
agora
vou
me
calar
descansar
os
cílios
se
os
parafusos
não
se
encaixarem
comprarei
uns
psicotrópicos
na
farmácia
da
esquina
não
quero
que
a
loucura
arrebente
minha
porta
novamente
quero
vê-la
tranquila
que
sente
me
estenda
a
mão
me
abrace
e
sorria


Nenhum comentário:

Postar um comentário