quarta-feira, 22 de junho de 2016

quando se sente confuso as oito da manhã

desperto
tão
longe
de
seu
chamado
tão
perto
dos
pensamentos
calamitosos
a
percorrer
as
rodovias
do
crânio
é
o
que
se
ganha
com
excessiva
leitura
de
palavras
que
não
merecem
ser
lidas
cada
vez
mais
afastado
de
sua
presença
graciosa
cada
vez
mais
colado
ao
caminho
que
conduz
ao
hospício
jaula
em
que
visto
a
camisa de força
e
amordaçado
fico
é
isso
que
pretendo
ao
amanhecer
inquieto
como
um
bêbado
jogado
na
calçada
do
abandono
sonhando
com
melhores
alvoradas???
e
após
isso
ela
se
esvai
ao
dobrar
a
esquina
enquanto
meu
corpo
engole
nicotina
tosse
tropeça
aparece
nuvem
preta
a
lacrar
meu
sol
se
esconde
seu
grito
nada
ouço
sou
pedaço
de
amor
despedaçado
por
esses
malditos
tormentos
perfurando
tímpanos
logo
cedo
no
momento
em
que
desperto
e
ontem
você
estava
tão
perto
hoje
meus
dedos
não
a
alcançam
perdido
como
estrangeiro
numa
terra
em
que
todos
falam
nada
entendo
exibo
um
gesto
obsceno
ao
céu
e
sua
voz
se
perde
em
meio
ao
vento
barulhento
a
sacudir
meus
ossos
nessa
manhã
em
que
desperto
mordendo
a
língua
engolindo
sangue

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