sexta-feira, 24 de junho de 2016

o recomeço naufragou na primeira curva

oi!
bernardes
voltou
é
verdade
fui
embora
estou
novamente
(como um filho pródigo!)
oi!
bernardes
cambaleou
pela
noite
ela
se
mostrou
agradável
azulada
inesquecível
sem
estrelas
gordas
nuvens
amarelas
oi!
bernardes
estava
com
os
bolsos
cheios
de
dinheiro
audácia
números
de
telefone
e
a
fotografia
de
sua
mãe
estava
decidido
vida
ou
morte
na
rua
oi!
berbardes
antes
de
se
lançar
ao
mundo
entrou
num
bordel
pagou
vinho
para
todos
dançou
com
uma
prostituta
nua
no
quarto
com
papel
de
parede
vermelho
devorou
a
fêmea
ao
som
de
canções
populares
a
tocar
no
radinho
em
cima
da
cômoda
verde
os
lençóis
eram
alaranjados
e
a
puta
depois
do
ato
vestiu
uma
calcinha
preta
com
um
furinho
no
lado
direito
oi!
bernardes
seguiu
em
frente
ainda
nítido
o
volume
de
notas
assim
adentrou
numa
loja
de
conveniências
iluminada
em
demasia
aquilo
feriu
seus
olhos
angelicais
havia
uma
menina
atrás
do
balcão
não
lembro
qual
cantada
obscena
proferi
sei
que
ela
sorriu
um
sorriso
libidinoso
marquei
um
encontro
também
não
lembro
quando
nem
onde
enfim
comprei
um
litro
de
conhaque
e
duas
carteiras
de
Marlboro
saí
cantarolando
do
recinto
oi!
bernardes
embriagado
sente
o
pânico
gelado
conquistar
seus
dentes
suas
pernas
magras
sua
inchada
barriga
branca
procurou
um
hotel
não
lembro
mais
de
nada!!!
nem
como
acordei
nem
por que
voltei
apenas
lembro
dos
estilhaços
da
garrafa
espalhados
por
todo
o
aposento
apenas
lembro
que
o
gerente
chegou
e
eu
o
subornei
oi!
bernardes
demente
retorna
aos
seus
poemas
vivos
e
obscenos
é
verdade
sou
uma
confusão
que
caminha
não
sei
por que
disse
adeus
à
tudo
nem
porque
nesse
momento
digo
oi!
 



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