sábado, 11 de junho de 2016

mais uma alvorada gelada

seria
eu
rato
preso
na
ratoeira
barata
festeira
na
mira
do
inseticida
ou
falando
a
real
homem
atrapalhado
escrevendo
novamente
ao
amanhecer
não porque
quero
contemplar
a geada
às
seis
é
porque
acordo
semi morto
às
cinco
e
meia
com
alvoroço
nas
têmporas
provavelmente
devido
ao
sonho
em
que
estava
de
mãos
dadas
com
uma
loira
pequeninha
fugindo
de
uma
manada
de
uns
50
cães!!!
na
Manoel Ribas
nossa
fuga
não
deteve
absurda
perseguição
chegamos
à
ponte
dos
arcos
e
acossados
por
aquela
tribo
selvagem
feras
raivosas
latindo
furiosas
deixando
escapar
saliva
pelas
margens
da
boca
o
que
fizemos?
eu
e
a
loira
pequeninha
nos
lançamos
no
Iguaçu
água
gelada
paralisou
músculos
olhamos
com
doçura
um
para
o
outro
enquanto
a
correnteza
nos
levava
e
afundamos
aterrorizados
para
os
braços
da
morte
acordei
sobressaltado
percebi
vivo
ainda
não
havia
loira
alguma
por
perto
a
cabeça
fervia
fui
à
cozinha
ingeri
40
gotas
da
velha
neosaldina
voltei
ao
quarto
frio
me
lembrei
do
rio
em
que
morri
águas
ferozes
da
cor
da
noite
mais
escura
lembrei
da
garota
tentei
recordar
o
seu
rosto
lábios
olhos
corpo
nada!
somente
sabia
que
era
loira
pequeninha
desataram-se
nossas
mãos
vi
sua
tristeza
quando
se
debatia
lutando
contra
o
fim
inevitável
a
porra
de
um
pesadelo
erguendo
as
pesadas
pálpebras
exaustas
por
essa
eterna
insanidade
que
me
visita
assim
surgiu
essa
escrita

Nenhum comentário:

Postar um comentário