quinta-feira, 28 de abril de 2016

o brilho do sol

meu amor
ela foi
de olhos azuis
em almofadas
rubras
 detalhes do pôr do sol
ela
cores esbanja
nome
Joana
sobrenome
Corona
aos trinta e um a morte a pegou
como quem pega uma carona
e de jeito nenhum
acreditei nos ventos e nos suspiros
das notícias do jornal
dos parentes de dor sem igual
ó meu encanto
em seus sonhos eu anunciava
o meu canto de regresso
ó meu paraíso
em teus seios eu ensaiava meu verso
de sombra e descanso
agora
canto
a inocência da prostituta
embora sinta a demência
da calamidade da sua ausência
ela se foi
ouçam
meu amor
sem olhos de pavor
artista e escritora
editora e jogadora
ó meu pranto
Joana
se deve à vazia cama
juntos na relva
engolíamos penhascos
ó pornografia
de passados anos
em padaria
com cerveja  aos grandes goles
em feitiçaria
de olhos insanos
nós ciganos
iremos novamente
caçar e pescar
nos lagos e bosques da juventude
pois atitude é lençol e fogo
e dela ainda tenho 
a tempestade da recordação
na cidade
no coração
beijo
em cada esquina
os cabelos da luxúria de minha menina 
Joana
vida breve
como presa na boca do coiote
vida entregue
como vela acesa na boca do serrote

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