quinta-feira, 28 de abril de 2016

quando

quando
não durmo
faço poema
quando
não faço poema
durmo
noturnos
são os meus versos
diurnos são meus sonhos
toda minha caligrafia é prostituta
pois minha atrofia não é vespertina
pois minha escrita é libertina
toda minha poesia é flor em brasa
como anjo de asa decepada
como surrada vagina de menina
atrofiada
quando
durmo
o sol grita
quando
faço
poema
a lua uiva
digo aleluia ao diabo
assim acendo o cigarro
escarro nas portas santas
envio mantras
ao poente mais
descrente
nascente é a noite
o belo da rima é o coice
coices de amor
verdadeiros ataques ao pudor
quando
acordo
não concordo
com à vida
quando
acordo
somente
despedida

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