sexta-feira, 29 de julho de 2016

a profecia de um tolo:   ELA  CHEGARÁ!!!

uma
pitada
de
mel
na
ferida
é
o
que
peço
um
pequeno
pedaço
de
entendimento
em
relação
à
confusão
que
vivo
o
poeta
precisa
de
solidão
precisa
de
distância
para
observar
criar
o
sangue
de
sua
poética
ao
mesmo
tempo
busca
o
diálogo
(nada igualitário!!!)
está
a
armadilha
em
que
cai
todo
artista
ele
se
afasta
com
um
foguete
enfiado
no
rabo
e
quando
retorna
pedalando
tranquilo
sua
bicicleta
cor-de-rosa
lançando
beijos
à
multidão
ninguém
o
compreende
está
confinado
nas
grades
da
incomunicabilidade
pode
ter
amigos
uma
esposa
ou
marido
até
filhos
mera
companhia
ao
redor
da
mesa
mero
alívio
na
pele
na
derme
da
pele
na
hipoderme
continua
sozinho
e
se
deixar
de
estar
não
mais
artista
será
pode
ser
até
um
pop star
(já perceberam o pânico no olhar
de Mick Jagger?)
pode
ser
até
um
tropicalista
(já perceberam o pânico incrustado
nos corpos dos Caetanos e Gils
do Brasil?)
essa
é
minha
condição
o
poeta
escreve
aquilo
que
não
consegue
falar
na
cadeira
do
bar
sempre
mas
Jagger
os
Tropicalistas
e
muitos
outros
conseguiram
aquela
gota
de
alívio
uma
companhia
para
a
pele
exausta
(eles sorriem como pássaros!!!)
não
possuo
nem
isso!!!
minha
ferida
sangra
à
espera
de
uma
pitada
de
mel
ELA
chegará
como
raio
colorido
não
é
esperança
é
afirmação
que
a
doçura
de
um
beijo
brilhará
em
meus
lábios
cansados
de
tanta
distância
permanecerei
sozinho
mas
de
mãos
dadas
com
a
mais
bela
das
mãos
haverá
compreensão
(como Sartre e Simone)
não
será
solidão
a
dois
serão
delicados
dedos
afagando
cabelos
enquanto
escrevo
solitário
sobre
o
coaxar
fanho
dos
sapos
envenenados
no
lago
sobre
a
visão
do
corpo
dela
ao
sair
do
banho
nua
sem
saber
que
a
desejo

 



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