terça-feira, 12 de julho de 2016

em meio ao sangue você voltou

agonia
de
um
canto
a
outro
do
calabouço
pernas
destemidas
procuravam
algo
o
que
seria?
uma
resposta?
nova
aposta?
o
olhar
da
fera?
olhar
através
da
cortina
da
janela?
não
sabia
sei
que
havia
de
ser
feita
alguma
coisa
o
grito
do
amanhecer
a
algazarra
da
criançada
o
latido
incessante
da
cachorrada
a
televisão
com
o
discurso
estridente
dos
padres
tudo
aturdia
e
você
não
estava
aqui
encarava
o
teto
e
a
via
em
meio
ao
delírio
também
via
todos
os
rostos
belos
rostos
rosados
quentes
que
atravessaram
minha
vida
até
sangrei
para
tê-la
de
volta
gotas
vermelhas
salpicaram
o
carpet
a
faca
descansava
jogada
num
canto
tão
desejada
tranquilidade
surgia
organismo
murchava
doce
mecanismo
da
morte
se
apresentava
e
lembrei
das
minhocas
que
colecionava
num
pote
de
margarina
do
jogo
de
futebol
de
botão
do
meu
primeiro
cãozinho
de
estimação
da
bicicleta
amarela
da
primeira
queda
com
a
bicicleta
amarela
até
sangrei
para
tê-la
de
volta
POESIA
foi
preciso
tocar
os
dedos
na
face
da
morte
esquálida
para
tê-la
de
volta
ALEGRIA
agora
o
braço
inteiro
ferido
todo
dolorido
e
você
comigo
POESIA
ALEGRIA
pode
parecer
absurdo
um
preço
para
tudo

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