quinta-feira, 28 de julho de 2016

a maldita conversa

me
contorço
todo
como
minhoca
no
bico
da
sabiá
é
que
conversei
umas
2
horas
com
meu
pai
e
não
nada
mais
deprimente
que
isso!
penso
em
sair
correndo
pelado
noite
afora
e
foder
uma
égua
agarrado
em
suas
ancas
de
preferência
uma
égua
selvagem
irritada
enquanto
afundo
o
pau
na
sua
buceta
equina
e
os
vizinhos
(febris delatores!!!)
chamam
a
polícia
eu
em
plena
zoofilia
sou
abordado
por
esses
escravos
com
seus
uniformes
apertados
estrangulando
seus
corpos
fortes
mas
tímidos
tanto
que
salto
da
égua
(ela já estava até gostando da trepada!!!)
encaro
as
autoridades
cuspo
nas
botas
engraxadas
e
lanço
veneno
através
das
pupilas
eles
aranhas
fora
da
teia
perplexos
nada
fazem
eu
faço
chamo
pro
braço
todos
"e que
venham de
arma em punho
somente saio
daqui morto"
nessa
hora
a
égua
esquecida
do
delicioso
abuso
mastiga
a
grama
e
olha
de
soslaio
a
cena
estou
ainda
faminto
por
confusão
os
guardas
(um bando de medrosos)
tentam
o
diálogo
digo
que
conversa
não
me
interessa
"é vida ou morte
a minha ou a de vocês
para mim
tanto faz
e para vocês
há diferença
entre
vida e morte?"
eles
pegam
os
porretes
me
atacam
com
a
fúria
dos
canibais
respondo
com
pancadaria
ousada
a
grama
se
torna
avermelhada
a
égua
confusa
mergulha
num
galope
veloz
eles
são
vários
lutam
como
boxeadores
novatos
mas
o
porrete
machuca
a
carne
e
me
faz
desabar
de
joelhos
eles
perguntam
se
vou
colaborar
digo
que
se
as
putas
das
suas
mães
me
derem
o
rabo
colaboro
agora
ofendidos
se
transformam
em
homens
e
espancam
cabeça
costelas
pernas
até
que
fecho
pela
última
vez
os
olhos
e
lembro
sorrindo
que
finalmente
nunca
mais
terei
que
conversar
com
meu
pai

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