sexta-feira, 22 de julho de 2016

o café da manhã

na
padaria
dissequei
3
pães
de
queijo
engoli
1
xícara
de
café
com
leite
e
açúcar
a
garçonete
gentil
me
entregou
esses
quitutes
com
delicado
sorriso
e
com
seus
delicados
lábios
disse
bom apetite
eu
disse
obrigado
sorridente
com
meu
cabelo
despenteado
unhas
imundas
sem
banho
semanas
a
mesma
roupa
gasta
o
mesmo
tênis
perfurado
a
mesma
melancolia
estampada
no
rosto
o
mesmo
rosto
com
barba
não
cortada
7
meses
tudo bem!
gostei
dali
e
ela
pareceu
gostar
de
mim
escrevia
esse
poema
e
conversava
sobre
o
terrorismo
e
o
clima
com
a
garota
que
cada
vez
mais
apetitosa
parecia
com
sua
fisionomia
rechonchuda
de
cabelos
pretos
de
olhos
grandes
atentos
felizes
por
ali
estar
em
seu
trabalho
de
servir
docilmente
o
público
que
não
a
com
o
olhar
que
a
vejo
tudo bem!
gostei
dela
e
dali
e
não
queria
mais
sair
havia
encontrado
um
bom
lugar
para
se
estar
longe
de
tudo
e
ao
alcance
de
sua
voz
do
açucareiro
do
pires
dos
guardanapos
dos
sachês
de
mostarda
e
ket-chup
do
vidro
de
pimenta
malagueta
de
um
pratinho
amarelo
que
não
sei
para
que
servia
e
tudo
fora
parecia
hostil
o
barulho
dos
carros
nervosos
as
árvores
urbanas
cheias
de
tédio
os
guardas
tão
limpos
em
seus
uniformes
esnobes
tudo bem!
a
vida
é
assim
de
vez
em
quando
se
descobre
o
paraíso
aparece
um
sorriso
e
pedi
mais
uma
rodada
pensando
na
próxima
e
na
próxima
porque
não
havia
como
sair
dali
 
   

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