quarta-feira, 6 de julho de 2016

se ninguém responde   eu pergunto

que
faço?
 engasgado
estou
para
onde
olho
sei
que
não
vou
é
que
trancafiado
nessa
jaula
meu
corpo
não
se
movimenta
apenas
mão
murcha
acena
para
criançada
sorridente
feia
e
morta
é
que
belas
são
as
crianças
mas
suas
andanças
sob
esse
sol
vermelho
as
tornarão
grandes
esquecidas
da
beleza
que
carregam
nos
ombros
serão
emparedadas
como
eu
aqui
um
projeto
de
homem
abandonado
gesticulando
na
loucura
da
cela
para
crianças
rumo
ao
naufrágio
e
isso
me
entristece
ainda
mais
serão
girassóis
pálidos
tímidos
usados
como
eu
aqui
amarrado
na
cama
e
as
moscas
bicheiras
sentem
o
cheiro
da
podridão
e
rosnam
inquietas
sei
que
abandonei
a
linha
reta
da
ordem
e
do
progresso
acelerei
em
direção
as
curvas
da
estrada
tudo
  bem!!!
isso
fiz
e
agora
que
faço?
namorado
do
penhasco
abraço
o
vazio
e
me
despeço?
não!
urgente
salvem
o
poeta!
a
ele
não
é
dado
muito
valor
e
bem
que
merece
quis
beijar
o
chão
do
acostamento
sem
machucar
os
lábios
que
ingenuidade!
perdeu
a
tranquilidade
e
agora
quer
salvação?
é
acho
que
ficarei
aqui
emparedado
ninguém
vai
me
ajudar
ajudarei
vocês
então!
não
adormeçam
na
rua
não
quebrem
os
próprios
ossos
não
se
deliciem
com
o
gosto
do
esgoto
isso
e
muito
mais
não
farão
de
vocês
poetas
rodovia
mais
perigosa
não
se
conhece
e
encerrando:
"somente
foram
felizes
os
povos
que
desconheceram
a
palavra
felicidade"
e
 encerrando
mais:
"encurralado
pelas
paredes
vocês
e
eu
estamos
uns
calados
outros
uivando
para
essa
humanidade
sempre
procurando
felicidade
e
se
procura
é
porque
não
possui!"
maldita
invenção
feliz
é
o
cão!
e
eu
que
não
sou
cão
que
  faço?


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