quarta-feira, 13 de julho de 2016

da janela

a
capital
(depois de uma década longe dela!)
até
que
é
legal
no
peitoril
da
janela
do
meu
sossego
faço
desjejum
de
Marlboro
e
café
e
é
quase
quatro
da
tarde
e
a
cidade
infinita
pede
uma
prece
em
nome
da
cura
de
um
câncer
que
incomoda
seus
ombros
ela
diz que
anda
irritada
não
aguenta
mais uma
gota
desses
dias
de
amargura
ela
reclama
das
hemorroidas
diz
que coça
o
rabo
com
unhas
de
bicho
até
ver
sangue
ela
diz
que
não
suporta
mais
a
GAZETA
DO
POVO
está
tendo
um
caso
doentio
com
o
tal
jornal
passa
na
banca
e
diz
que
a
manchete
grita
em
seus
ouvidos
a
encara
ela
compra
tudinho
(duas vezes!)
e
faz
fogueira
despedaçá-la
ela
tem
gonorreia
mau hálito
frieira
cisto seboso
mas ela
ainda
acredita
a
capital
pede
uma
prece
eu
constrangido
com
o
pedido
entre
um
gole
e
um
trago
escrevi
isso
não
sei
se
irá
salvar
sua
alma
sou
mensageiro
sem
mensagem
mas
o
rugido
entre
o
concreto
e
o
teto
sobre
minha
cabeça
significa
algo
o
que
seria?

Nenhum comentário:

Postar um comentário