terça-feira, 26 de julho de 2016

não é fácil se adaptar   

o
que
você
quer?
uma poesia
bonitinha
que fale
da
poesia
das
flores
das
estrelas
dos
casais
apaixonados
das
crianças
brincando
de
castelinho
na
praia?
nada
disso
encontrará
aqui
a
vida
que
observo
na
demência
do
celular
(esses dias via duas pessoas conversando
através do what's app
estando a dez metros de distância!!!)
e
o que se
deduz
dessa comunicação
pós-moderna?
evita o
constrangimento
diante do
diálogo
face
a
face
evita
o
rubor
no
rosto
é
triste
para
mim
olhar
isso
tudo
casais
se
apaixonando
através
do
face-book
jovenzinhos
que não
vivem
mais
na
rua
enfurnados
em
joguinhos
eletrônicos
eles
não
jogam
mais
bolinha
de
gude
nem
tênis
de
mesa
o
bom
é
matar
inimigos
com
fuzis
e
carros
poderosos!!!
é
claro
estou
estupidamente
velho
a cultura
de
uma
época
sempre
faz
sentido
porém
dolorido
fica
meu
cansaço
ao
observar
os
caminhos
dessa
insanidade
coletiva
(não que tenha sido diferente no passado!!!)
tudo
sempre foi
absurdo
nada
 temos
que
fazer
antes
íamos
à
missa
e
éramos
pecadores
agora
os motéis
estão
cheios
de
putaria
e
traição
os
becos
estão
cheios
de
miséria
as
prostituas
   estão  
 com
a
agenda
cheia
e
as
igrejas
evangélicas
também
estão
cheias
as
universidades
proliferam
os
jardins
zoológicos
proliferam
as
baleias
sobrevivem
o
turismo
sobrevive
a
TV
e
seus programas
divertidos
sobrevivem
os 
jornais
da
TV
sobrevivem
as
TV'S
a
cabo
sobrevivem
com
o
History Channell
falando
de
OVNI'S
e
por
onde
Cristo
andou
dos
18 aos 30
e tudo
isso
me
enoja
e
eu
vomito
em cima
dos
calças
apertadas
das
fêmeas
e
das camisas
bem
passadas
desses
que
admiram
todo
esse
AVANÇO 
de nossa
bela
sociedade
e os
abutres
continuam
procurando
carniça
entre
os
girassóis
e os
cães
continuam
farejando
sua
própria
merda
e
eu
caminho
entristecido
em
meio
à sexualidade
exacerbada
dos
nossos
tempos
com
os homens
vaidosos
fazendo
depilação
e
as
mulheres
enchendo 
de
silicone
seus
peitos
e
rabos
rebolantes
depois
não
entendem
 minha
poesia
minha
infelicidade
e
alegria
diante desse
circo
no qual
sou
animal
preso
na
jaula
e
meus
versos
são
faíscas
sorridentes
de
minhas
garras
raspando
o
chão
(se é que isso é um poema
mais parece alimento
para um sarnento
cão)
esse
canino
sou
eu
negro
ou
albino
uma
espécie
de
calado
sino

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