terça-feira, 15 de março de 2016

diário

meus poemas estão se tornando um diário
é cômico
eu   poeta anônimo
a rabiscar versos com carvão na calçada
e a chuva tudo leva...
depois da madrugada alucinada
gravando meu último poema
dormi lá pelas 7 e meia no quarto do meu pai
não lembro porque
acordei ao meio-dia
com as têmporas vermelhas e quentes
tudo rodava
como se eu estivesse numa cadeira giratória
vibrava meu cerebelo
e meus agora não mais longos fios de cabelo
lágrimas morriam na face fatigada
de nada sabia
de repente sorria
parti para o desejum
engoli empanados de frango
fiz chá de gengibre
ingeri 40 gotas de neosaldina
bebi muita água...
meu pai reformava minha destruída cama
colocava o colchão urinado sob o sol laranja
brilhante como os olhos azuis de minha melhor amante
suei como um cavalo o ajudando
fui até o mercadinho comprar parafusos
suei mais   feito um porco sob 40 graus num chiqueiro podre
lá pelas 5 terminamos a árdua tarefa
devorei uma lasanha
deitei na cama dos fundos
ao som dos pássaros do meu pai
fumei uns cigarros saborosos
estava exausto
bebi mais água
percebi o dia sair e a noite entrar
quis dormir
quis escrever o poema que estava gestando o dia inteiro
mas o cansaço não permitia
me mudei para o meu quarto num colchão improvisado
velho e esfarrapado
como minha vida
fumei mais uns cigarros
já era quase 9 da noite
comi pão com margarina e queijo colonial
acompanhado de leite com nescau
assim recomposto
mais disposto
brinquei com minha cadelinha Princesa
ela é linda   tem 6 anos   abana o rabo singelo
quando estalo meus amarelados dedos
e fiz com facilidade
este poema
este diário poético
feliz

Nenhum comentário:

Postar um comentário