quinta-feira, 6 de outubro de 2016

até quando?

o
cálice
da
vida
teima
em
não
se
quebrar
semanas
que
percebo
uma
rachadura
nele
e
quando
adormeço
penso
que
o
desmaiar
das
pálpebras
pode
ser
definitivo
mas
não
elas
se
abrem
feridas
pela
luminosidade
de
mais
um
dia
o
cálice
permanece
rachado
mas
não
escorre
o
líquido
dourado
da
vida
perturbada
que
levo
de
forma
safada
e
as
bolas
de
meu
pai
ardem
menos
e
meus
pés
continuam
congelados
e
sigo
escrevendo
enquanto
o
cálice
não
transforma-se
em
pequenos
pedaços
restos
elegantes
de
uma
existência
deselegante
e
sigo
por
ruelas
escuras
perguntando
onde
está
Bianca
sigo
perambulando
montanha
acima
montanha
abaixo
perguntando
se
alguém
conhece
uma
loira
religiosa
de
luxuriosos
olhos
verdes
não
obtenho
resposta
desprezo
evidente
na
face
dos
viventes
aqui
do
vale
quando
me
encaram
porém
escrevo
enquanto
o
cálice
sobrevive
 

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