terça-feira, 11 de outubro de 2016

na Professor Amazília

rua
molhada
após
gotas
tímidas
de
uma
tempestade
morta
em
vida
rua
estrangulada
por
tanta
gente
a
pisoteá-la
rua
  mal tratada
por
tantos
olhares
que
a
fulminam
e
me
parecem
cheios
de
ressentimento
esses
olhos
apressados
a
rua
padece
e
nela
nada
cresce
raízes
sufocadas
pelo
cimento
cães
atropelados
ganindo
em
meio
ao
rio
de
sangue
a
escorrer
de
suas
entranhas
gatos
aos
farrapos
velozes
encaram
carros
tristes
como
gênios
insatisfeitos
espancando
as
paredes
da
lâmpada
um
dia
desses
até
uma
égua
e
seu
filhote
cavalgavam
contentes
no
meio
da
rua
uma
confusão
se
apresentou
diante
da
face
sombria
da
tarde
fervente
ninguém
sabia
o
que
fazer
eu
segui
aqueles
seres
sossegados
por
várias
quadras
observando
a
desordem
que
provocavam
deixando
perplexos
pedestres
motoristas
vendedores
policiais
e
o
   Corpo de Bombeiros
foi
chamado
mas
quando
aterrisou
seu
caminhão
vermelho
os
seres
estavam
longe
demais
da
rua
eu
também
os
perdi
 de
vista
mas
ouvi
uma
gargalhada
vinda
das
profundezas
do
asfalto
enfim
alguma
diversão
para
minha
antiga
amiga
a
RUA

 

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