terça-feira, 4 de outubro de 2016

uma viagem até o fim da tarde

o
sol
se
despedia
com
sorriso
melancólico
eu
como
bom
camelo
vagava
mas
desta
vez
havia
um
objetivo
em
forma
de
garota
loira
de
olhos
verdes
pequena
em
sua
grandiosa
ternura
a
deslizar
de
seus
lábios
ela
me
disse
que
trabalhava
(desanimada)
no
armazém
de
seu
pai
perguntei
onde
se
localizava
e
ela
respondeu
mas
tão
fascinado
estava
que
pouco
ouvi
permaneci
vidrado
nos
movimentos
de
sua
boca
que
se
abria
e
fechava
de
uma
maneira
que
senti
as
pedras
da
calçada
emitindo
ruídos
a
invadir
minha
vida
arruinada
assim
nessa
tarde
cavalguei
ensandecido
quadras
e
quadras
buscando
repouso
naqueles
olhos
verdes
como
não
sabia
onde
estava
plantado
o
tal
armazém
vaguei
perguntando
e
perguntei
para
uma
dezena
de
pessoas
onde
diabos
estava
estacionado
esse
comércio
que
nem
sabia
o
nome
todos
perplexos
me
orientavam
acho
que
apenas
para
se
livrar
de
minha
presença
e
irritado
eu
dizia:
"nesse lugar está
a salvação de minha
existência miserável"
ninguém
se
comoveu
partiam
apressados
com
seus
corações
partidos
pelo
tédio
que
os
sufoca
segui
viagem
enquanto
o
sol
tombava
a
oeste
eu
não
tombava
mas
tropeçava
cambaleava
suava
e
fui
até
o
fim
aos
limites
da
cidade
até
o
fim
da
tarde
enquanto
o
sol
morria
eu
desmoronava
num
gramado
na
sombra
deliciosa
de
uma
árvore
encurvada
ali
deitado
vi
o
azul
transformar-se
em
negritude
vi
a
solidão
apossar-se
novamente
de
meu
corpo
gritei
o
nome
da
loira
católica
e
escutei
o
silêncio
mais
amargo
acendi
um
cigarro
e
dormi

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