quarta-feira, 26 de outubro de 2016

a fatalidade ronda a tarde

o
velho
com
seus
pequenos
olhos
repletos
de
umidade
mágoa
e
terror
suplica
ao
filho
por
ajuda
gritante
que
extermine
a
dor
que
lhe
estrangula
o
filho
literalmente
corre
mesmo
não
sabendo
para
aonde
penetra
ruelas
doentes
mergulha
os
pés
em
poças
de
lama
pergunta
à
cachorrada
preguiçosa
estacionada
nas
esquinas
se
eles
podem
indicar
alguém
que
possa
solucionar
a
questão
tudo
em
vão
o
filho
aos
tropeços
retorna
mergulha
novamente
seus
pés
agora
exaustos
nas
mesmas
poças
de
lama
retorna
pelas
mesmas
ruelas
sombrias
de
uma
tarde
na
qual
ele
passa
a
língua
e
sente
o
gosto
nervoso
da
MORTE
o
filho
retorna
e
novamente
os
mesmos
cachorros
preguiçosos
que
novamente
nada
respondem
apenas
latem
contentes
que
mesmo
que
estivessem
sofrendo
não
saberiam
que
estão
ah!
se
o
filho
fosse
um
cachorro
não
sentiria
o
sangue
congelar
nas
veias
no
instante
que
encarar
os
pequenos
olhos
entristecidos
do
velho
pois
andou
quilômetros
na
captura
de
uma
resposta
mas
retorna
de
mãos
vazias
e
cheias
de
MEDO

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