segunda-feira, 19 de setembro de 2016

minha  loucura  agoniza  mas  ainda  respira

como
objeto
em
movimento
vencido
pela
força
do
atrito
estou
estagnado
com
as
pupilas
inquietas
na
procura
desesperada
de
motivo
para
permanecer
vivo
meu
corpo
vaga
mas
não
ACONTEÇO
e
se
não
ACONTEÇO
não
escrevo
e
se
não
escrevo
é
MORTE
em
VIDA
mas
estou
com
faca
entre
os
dentes
devorando
a
sede
com
a
própria
saliva
amordaçado
e
aos
gritos
devorando
a
fome
com
a
própria
carne
entristecido
com
o
poema
a
escapar
das
entranhas
pois
nada
digo
que
não
ACONTEÇO
tudo
dorme
sob
a
pele
e
nem
ronco
escuto
teimoso
insisto
me
arrisquei
a
tarde
toda
ofereci
respostas
a
quem
não
me
fez
pergunta
alguma
entreguei
grana
para
aqueles
que
me
devem
(e muito!!!)
atuei
como
nunca
nos
locais
que
frequento
e
NINGUÉM
me
insulta
ou
agride
ou
avisa
a
polícia
assim
não
ACONTEÇO
afrouxar
a
corda
ao
redor
do
pescoço
preciso
aqui
estou
escrevendo
sobre
o
que
poderia
ter
acontecido
mas
não
aconteceu
na
ausência
de
motivo
escrevo
sobre
o
motivo
da
ausência

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