tarde febril de sábado
vivi
um
sonho
venenoso
como
víbora
destilando
terceiras
intenções
na
veia
dormente
com
passadas
cansadas
me
despedi
do
travesseiro
deslizei
pela
BR 116
enquanto
a
PAZ
de
um
casalzinho
agredia
meu
olhar
enquanto
os
carros
apressados
proporcionavam
raios
de
vento
a
refrescar
pele
em
brasa
já
que
o
sol
zangado
de
setembro
arremessava
seus
dardos
mortais
comprei
uma
cerveja
e
outro
casalzinho
agrediu
meu
olhar
com
sua
PAZ
e
outros
carros
apressados
todos
brilhantes
estacionaram
ao
meu
lado
desceram
jovenzinhos
limpos
com
suas
vozes
esganiçadas
celebrando
a
VIDA
enquanto
a
MORTE
balançava
sua
foice
enferrujada
bem
próxima
de
minha
carcaça
estagnada
com
cerveja
à
mão
e
tremor
nos
dentes
como
se
neles
habitasse
uma
faca
atravessei
aquela
miragem
(não sabia se estava ainda imerso no sonho!!!)
bebi
uns
goles
grandiosos
e
quando
acendia
um
cigarro
amassado
outro
carro
parou
aos
gritos
quase
me
atropelando
para
alegria
do
corpo
era
minha
amiga
Cátia
e
o
dia
desconcertado
fez
sentido
e
a
tarde
hostil
fez
sentido
e
o
sonho
venenoso
fez
sentido
alcancei
abrigo
em
sua
fala
tudo
se
transformou
em
sorriso
ela
me
deixou
na
esquina
do
Banco do Brasil
e
migrei
até
minha
festiva
casinha
eletrônica
antes
incendiei
outro
tabaco
e
lá
estava
outro
casalzinho
em
PAZ
outros
carros
nervosos
e
polidos
queimando
borracha
celebrando
a
VIDA
acenei
(ninguém respondeu!!!)
e
como
disse
adentrei
a
casinha
deixando
a
MORTE
perplexa
agonizando
na
calçada
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