sábado, 17 de setembro de 2016

tarde febril de sábado

vivi
um
sonho
venenoso
como
víbora
destilando
terceiras
intenções
na
veia
dormente
com
passadas
cansadas
me
despedi
do
travesseiro
deslizei
pela
BR 116
enquanto
a
PAZ
de
um
casalzinho
agredia
meu
olhar
enquanto
os
carros
apressados
proporcionavam
raios
de
vento
a
refrescar
pele
em
brasa
que
o
sol
zangado
de
setembro
arremessava
seus
dardos
mortais
comprei
uma
cerveja
e
outro
casalzinho
agrediu
meu
olhar
com
sua
PAZ
e
outros
carros
apressados
todos
brilhantes
estacionaram
ao
meu
lado
desceram
jovenzinhos
limpos
com
suas
vozes
esganiçadas
celebrando
a
VIDA
enquanto
a
MORTE
balançava
sua
foice
enferrujada
bem
próxima
de
minha
carcaça
estagnada
com
cerveja
à
mão
e
tremor
nos
dentes
como
se
neles
habitasse
uma
faca
atravessei
aquela
miragem
(não sabia se estava ainda imerso no sonho!!!)
bebi
uns
goles
grandiosos
e
quando
acendia
um
cigarro
amassado
outro
carro
parou
aos
gritos
quase
me
atropelando
para
alegria
do
corpo
era
minha
amiga
Cátia
e
o
dia
desconcertado
fez
sentido
e
a
tarde
hostil
fez
sentido 
 e
o
sonho
venenoso
fez
sentido
alcancei
abrigo
em
sua
fala
tudo
se
transformou
em
 sorriso
ela
me
deixou
na
esquina
do
Banco do Brasil
e
migrei
até
minha
festiva
casinha
eletrônica
antes
incendiei
outro
tabaco
e
estava
outro
casalzinho
em
PAZ
outros
carros
nervosos
e
polidos
queimando
borracha
celebrando
a
VIDA
acenei
(ninguém respondeu!!!)
e
como
disse
adentrei
a
casinha
deixando
a
MORTE
perplexa
agonizando
na
calçada


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