quarta-feira, 21 de setembro de 2016

esse poema é para você: DIETHER!!!

arruinado
como
prédio
após
terremoto
fumava
desmotivado
com
o
rabo
grudado
na
calçada
vontade
de
nada
habitava
o
corpo
quando
ele
passou
cambaleando
eu
disse:
"Diether!!!"
ele
girou
a
cabeça
me
reconheceu
desabou
ao
meu
lado
dizendo:
"perdi minha moto!!!"
percebi
uma
lasca
do
sol
aquecer
a
pele
fria
disse:
"vamos achá-la!!!"
e
fomos
como
2
estrangeiros 
invadindo
nossa
mais
que
conhecida
rua
Professor Amazília
ele
embriagado
dizia:
"posso perder
minha casa
minha mulher
mas
minha moto
NÃO"
dobramos
na
esquina
do
Banco do Brasil
chegamos
na
avenida
Manoel Ribas
dobramos
na
Professor Cleto
esbarramos
como
baratas
tontas
novamente
na
Professor Amazília
e
nada
da
moto
ele
não
lembrava
onde
havia
ido
muito
menos
o
porque
de
estar
ali
na
escaldante
e
penúltima
tarde
do
inverno
acendi
um
cigarro
quando
uma
ruiva
e
uma
morena
dois
pedaços
de
fogo
cruzaram
nossa
visão
esquecemos
da
moto
inebriados
com
a
paisagem
feminina
pisoteando
nossa
existência
desamparada
ele
disse
rompendo
nosso
transe:
"vamos tomar uma!!!"
caminhamos
agora
sorridentes
algumas
quadras
até
chegar
na
La Bodeguita
devoramos
uns
litros
de
cerveja
e
falamos
sobre
Cazuza
Che Guevara
suas
peripécias
em
Vitória
as
minhas
em
Blumenau
e
abandonamos
La Bodeguita
mais
sorridentes
ainda
e
com
delírio
gotejando
no
cabelo
olhei
para
o
outro
lado
da
rua
e
a
imagem
da
moto
de
Diether
perfurou
meus
olhos
imediatamente
disse:
"lá está ela!!!"
nos
abraçamos
triunfantes
enfim
uma
vitória
diante
da
vida
que
nos
esmaga
diariamente
e
o
que
fizemos?
voltamos
a
La Bodeguita
para
celebrar
aquela
conquista
acho
 que
ele
sabia
tanto
quanto
eu
que
aquela
sensação
morreria
logo
em
breve
estaríamos
afundados
nessa
vida
que
nos
fere
diariamente
assim
era
preciso
perpetuar
o
instante
delicioso
através
de
generosos
goles
que
mergulhavam
em
nosso
interior
e
nos
faziam
TRANSBORDAR



    

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