quarta-feira, 21 de junho de 2017

A QUEBRADA

na
quebrada
em
que
vivo
atividades
noturnas
imperam
surge
correria
na
esquina
todo
mundo
entre
todo
mundo
sai
e
as
gargalhadas
mancham
o
céu
estrelado
de
junho
e
Simone
recita
suas
costumeiras
profecias
sobre
o
tempo
e
eu
tolo
que
sou
enfio
2
dedos
no
pote
de
doce
de
leite
lambuzando
minha
cara
idiotizada
por
contemplar
as
luzes
que
rodopiam
vermelhas
e
agora
ninguém
mais
entra
ninguém
mais
sai
até
a
gorda
lua
se
enfurece
até
o
totem
eletrônico
desobedece
até
a
cachorrada
vadia
clama
por
poesia
então
ligo
para
minha
tia
pedindo
dinheiro
em
troca
de
informação
sigilosa
que
ociosa
é
a
reta
em
que
deitado
estou
e
as
VERMELHAS
redondinhas
GRITANDO
se
afastam
da
esquina
(que me favorece)
e
tudo
cresce
novamente
o
rio
se
desloca
gracioso
é
formoso
o
serpentear
dessa
água
azulejada
e
abro
mais
uma
no
momento
em
que
a
gorda
lua
ilumina
a
mão
dela
que
dorme
satisfeita
apenas
por
estar
dormindo
AQUI
junto
comigo
na
quebrada
em
que
vivo

Nenhum comentário:

Postar um comentário