sexta-feira, 2 de junho de 2017

uma crônica alcoólica
 
 
como
Sonrisal
no
copo
corpo
ferve
na
tarde
morna
repleta
de
verde
estridente
ferindo
orelhas
que
nada
escutam
mas
sorriem
ao
recordar
o
som
matinal
a
que
foram
expostas
um
som
festivo
de
empório
agitado
MALABARISTAS
NOS
SINAIS
MENDIGOS
CANTAROLANDO
ESTUDANTES
MARCHANDO
e
principalmente
as
orelhas
antes
murchas
floresceram
num
almoço
família
logo
eu
que
dizia
a
  Ricardo:
"O
que
me
mata
é
DOMINGO
MAIONESE
CHURRASCO
PARENTES
CACHORRO
(abanando
o
rabo)
TV
(sendo
o
centro
das
atenções)
a
velha
conversa
sobre
o
CLIMA
logo
eu
que
escarrei
no
prato
santificado
dizendo
que
tudo
aquilo
atraía
o
olhar
dos
abutres
logo
eu
aqui
estou
escrevendo
no
balcão
do
bar
olhando
meu
reflexo
alegre
no
copo
cristalino
e
surge
o
hino
do
renascer
enquanto
o
velho
cão
caga
na
calçada
e
Dona Rita
lava
a
louça
e
acho
que
essa
escrita
é
uma
bobagem
e
GOSTO
DISSO
que
hoje
apenas
palavras
bobas
escapam
do
meu
rabo
e
se
fixam
no
papel
como
nuvens
vivas
cravadas
no
céu
azul
berrante
dessa
tarde
morna
de
outono
e
o
galo
canta
e
o
velho
cão
cheira
sua
produção
e
 Dona Rita
acende
um
cigarro
e
na
TV
uma
morena
pisca
para
esse
ANCIÃO
DISPOSTO
que
estrangula
sua
DOR
ao
apreciar
esse
ALÍVIO
passageiro
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário