eu e ela ( I )
há
um
som
devastador
devastando
minha
cabeleira
muito
limpa
muito
cheirosa
muito
irritada
muito
zangada
e
o
som
continua
sua
cavalgada
rumo
ao
centro
do
inferno
em
que
vivo
mas
quando
miro
meu
reflexo
no
espelho
congelado
(a vida expõe suas vísceras brancas)
e
o
outro
lado
da
moeda
nem
sempre
é
surpresa
enquanto
isso
o
cisne
bóia
mas
quem
vive
na
lama
é
o
caranguejo
agora
um
beijo
naquela
que
teima
em
acionar
esse
som
devastador
como
se
fosse
um
coice
de
amor
enrabando
meus
bagos
e
o
trago
corre
solto
pois
tudo
aquilo
um
dia
morto
sobrevive
veloz
lotando
o
inferno
confortável
em
que
vivo
Nenhum comentário:
Postar um comentário