segunda-feira, 15 de maio de 2017

  Última noite na Terra
 
O
poeta
se
despede
e
pede
aos
 que
ficam
um
discurso
verdadeiro
nada
de
homenagem
diante
do
corpo
estendido
afinal
os
melhores
poetas
são
as
piores
pessoas
e
como
a
lesma
a
deixar
rastro
gosmento
sobre
o
azulejo
bege
 do
banheiro
infecto
deixo
essa
também
gosmenta
essa
escrita
é
apenas
um
amontoado
de
bobagens
que
o
poeta
reconhece
o
desastre
ambulante
que
foi
seu
caminhar
sobre
o
planeta
  AH!!!
saudades
da
teta
de
minha
prima
a
amamentar
este
que
vos
escreve
e
mais
ele
se
atreve
a
dizer
que
a
existência
é
uma
FARSA
ele
afirma
no
seu
delírio
verborrágico
gratuito
(pois
nada
quer
em
troca)
seu
delírio
diz
que
nada
existe
nem
VOCÊ
nem
sua
FAMÍLIA
nem
os
moradores
do
MUNDO
seja
hoje
ontem
ou
amanhã
o
poeta
afirma
que
tudo
é
ILUSÃO
não
estamos
vivos
tudo
é
PALAVRA
somente
a
palavra
EXISTE
nós
NÃO
portanto
ninguém
morre
o
que
MORRE
é
essa
miragem
simbolizada
que
parece
REAL
apenas
PARECE
assim
não
MORRO
morre
essa
figura
lamentável
que
nunca
existiu
e
se
nunca
existiu
não
nasceu
e
não
pode
morrer
que
a
existência
é
uma
FRAUDE
estamos
presos
nos
dedos
do
MESTRE
das
MARIONETES
dessa
forma
me
despeço
daqueles
 que
também
não
existem
ACEITE
essa
condição
e
o
medo
da
MORTE
desaparece
também
DESAPARECE
a
DOR
que
nunca
EXISTIU
mas
machucou
e
MUITO

 
 
 

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