sexta-feira, 5 de maio de 2017

CONFORTÁVEL INSEGURANÇA


se
hoje
o
mel
mancha
os
arredores
mornos
da
boca
que
um
dia
esteve
  semi morta  
tudo
indica
que
logo
mel
semi morto
manchará
os
arredores
mornos
da
boca
que
um
dia
 esteve
melada
que
vida
que
levo
oscila
mais
que
pinheiro
magrelo
à
mercê
do
vento
doido
das
tardes
de
outono
e
sempre
foi
assim
dias
sim
dias
não
vou
sobrevivendo
colecionando
arranhões
por
todo
usado
corpo
que
navega
trôpego
as
águas
do
Iguaçu
corpo
a
possuir
dedos
cadavéricos
que
 espancam
delicadamente
as
teclas
dessa
máquina
enquanto
admiro
o
esvoaçar
 dos
cabelos
pretos
de
Simone
ela
se
despede
com
seu
olhar
alegre
tristonho
e
escrevo
isso
saboreando
o
mel
que
retirei
do
seu
útero
com
suaves
toques
de
obscena
língua
sabendo
que
a
ruína
de
nosso
castelo
de
cartas
viciadas
pode
acontecer
a
qualquer
momento
estranhos
dias
em
um
mundo
estranho
e
um
sorriso
teimoso
pregado
em
minha
face
antes
tão
ensanguentada
e
sorrisos
teimosos
em
todas
as
faces
que
vejo
mesmo
naquelas
nitidamente
desesperadas
SERÁ
QUE
ESTOU
PRESO
NUM
FILME
 ROMÂNTICO?
OU
LIBERTO
DEMAIS
NUM
PALCO
DE
IMINENTE
  TRAGÉDIA?
acho
que
estou
com
um
em
cada
um
e
ao
mesmo
tempo
flutuo
entre
as
nuvens
pálidas
do
dia
não
mais
 enrubescido 

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